Newsletter IGEOC
05/2012
Âncora da Globonews acredita que o governo precisa reduzir os impostos sobre as operações bancárias e os depósitos compulsórios para diminuir os spreads de forma significativa.
As duas últimas semanas foram marcadas por reuniões entre governo e bancos privados e especulações sobre a possível redução dos spreads nas instituições privadas, a exemplo do que fizeram Banco do Brasil e Caixa Econômica. O Igeoc News ouviu, com exclusividade, o presidente da Ricam Consultoria e âncora do programa Manhattan Connection da Globonews, Ricardo Amorim, sobre o assunto.
“Infelizmente, não acredito que a ação do governo de tentar reduzir os spreads bancários via redução das taxas de empréstimos dos bancos estatais será bem sucedida”, afirmou.
Ricardo Amorim tem dúvidas até que ponto os bancos estatais poderão, efetivamente, oferecer a seus clientes taxas mais baixas sem comprometer seus balanços e acredita que em um momento de alta da inadimplência, é improvável que os bancos privados sejam muito agressivos em uma eventual batalha com os bancos estatais por taxas mais baixas. “Parece-me mais provável que eles optem por uma retração estratégica”, analisou.
Segundo o âncora da Globonews, para reduzir os spreads de forma significativa, o governo precisaria tomar duas ações. “Em primeiro lugar, deveria reduzir os impostos sobre as operações bancárias, que acabam sendo repassadas – através das taxas de juros – aos tomadores de recursos. Além disso, o Banco Central deveria reduzir os depósitos compulsórios, que também acabam encarecendo o custo do dinheiro ao tomador final”.
“Em resumo, enquanto o Brasil tiver as mais altas taxas de juros básicos, a mais elevada tributação do sistema financeiro e o mais alto nível de depósitos compulsórios do mundo, continuaremos a ter também os mais elevados spreads bancários do planeta”, conclui Ricardo Amorim.
Em entrevista recente, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que há espaço para os juros bancários caírem mais. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi mais duro, ao dizer que os bancos privados têm espaço para reduzir o spread e que o governo não iria atender às solicitações.
HSBC, Santander, Bradesco e Itaú anunciaram redução dos juros em algumas linhas de crédito.
Já o Banco do Brasil e a Caixa Econômica reduziram ainda mais as taxas depois que o Banco Central anunciou, na última quarta-feira, a redução da Selic de 9,75% para 9%, o menor patamar em dois anos.