Baixada Santista terá, como em todo o País, grandes oportunidades de negócios, afirmou o economista Ricardo Amorim durante palestra sobre tendências econômicas em Santos.

13/12/2010 

 

Foto: Ricardo Saibun 

Ele foi um dos primeiros especialistas a prever, ainda em 2007, a crise financeira global. Agora o economista Ricardo Amorim profetiza que o Brasil será um dos líderes do crescimento global nos próximos anos, gerando oportunidades excepcionais de negócios. Esta foi a abordagem da palestra Tendências e Cenários Econômicos e os Impactos para as micro e pequenas empresas da Baixada Santista, realizada por Amorim em Santos no último dia 6. A iniciativa do Sebrae-SP reuniu um público de 200 pessoas, entre empresários, lideranças públicas e empresariais.

As melhores oportunidades de investimento estão mais nos países de economia emergente, ao contrário dos mercados europeu e norte-americano, que não possuem perspectiva e espaço para crescimento. “O Brasil terá o terceiro maior crescimento mundial em 2010, depois da China e da Índia. E gerará mais crescimento do PIB entre 2010 e 2019. Este ano o Brasil teve mais crescimento do que em 30 anos. Vamos crescer o dobro nos próximos anos, mesmo se não fizermos a lição de casa”.
“O que países emergentes como a Índia, a China e o Brasil têm em comum? A maior vantagem competitiva no mercado mundial atualmente: disponibilidade de mão de obra e espaço para produzir”, respondeu. O resultado é o preço do produto para o consumidor ser menor e mais competitivo. Além disso, a oferta de crédito e o consumo crescem nos países emergentes. Com mais dinheiro, a população investe em educação, saúde e alimentos.
O Brasil será uma das principais fontes de energia no mundo na próxima década, com grande produção de petróleo, etanol e energia elétrica limpa, produzida pelas hidrelétricas. Por este e outros motivos o Brasil está condenado a dar certo nas próximas décadas e a Baixada Santista se beneficiará deste momento positivo da economia, disse. “O petróleo vai gerar muita riqueza no mundo. O preço do petróleo está dez vezes mais caro. O mundo vai precisar de petróleo ou de álcool, além do açúcar, que também sairá daqui. A área agricultável do Brasil é enorme. E o mercado imobiliário deverá crescer ainda mais”.
Outros fatores que vão gerar oportunidades de negócio e aceleração da economia são o controle da inflação e a queda dos juros. Uma questão que também beneficia as pequenas empresas é o crédito barato, que antes não havia. “A expansão do crédito vai ajudar o desenvolvimento da Baixada Santista, o que significa mais venda. O número de adeptos de cartão de crédito cresceu vertiginosamente”.
 Na Baixada, setores de comércio e serviços vão crescer 68,4% nos próximos anos e haverá aumento do número de consumidores. No país, 40 milhões de pessoas saíram da miséria nos últimos anos e chegaram à classe C. “Teremos 47,5 milhões de novos consumidores nos próximos seis anos. A distribuição de renda continuará melhorando e em 20 anos será ainda melhor. Com a inflação se mantendo baixa, há uma grande oportunidade de se desenvolver produtos voltados para a classe C”. Perguntado pelo gerente do Sebrae-SP na Baixada, Paulo Sergio Brito Franzosi, sobre como atender a essa nova classe emergente, disse que os empresários precisam inovar, se capacitar e criar serviços específicos para este cliente.
A diminuição das desigualdades no mundo e no país tem como causa o aumento do salário mínimo e o desenvolvimento de programas de apoio a camadas mais pobres da população, como o Bolsa família. “Eis a oportunidade: o mundo vai precisar de educação, comida e saúde. Estamos vendendo mais pra dentro do Brasil e menos pra fora. Os setores de serviço e varejo, desde 2004, crescem mais do que as indústrias, o que torna especial a situação das pequenas empresas. O capital humano barato é bom para a pequena empresa, e gera acesso ao consumo”.
 Por isso, Amorim acredita que as oportunidades estão no Brasil, América Latina e Ásia, principalmente nos segmentos de saúde, educação, alimento, produtos para a terceira idade e sustentabilidade. Na Baixada Santista, segundo o economista, as melhores opções de negócios estão na cadeia petroquímica e de logística; mercado imobiliário, produtos e serviços para a terceira idade; no turismo, no varejo e na educação.
 O economista advertiu que, no caso de uma possível crise econômica atingir a Espanha no próximo ano, os empreendedores brasileiros devem ficar alertas, pois será um período breve de seis meses, seguido de um grande período de crescimento econômico que beneficiará todo o país durante décadas.
 Para o gerente do Sebrae na Baixada Santista, Paulo Sérgio Brito Franzosi, a palestra cumpriu o papel do Sebrae-SP, de levar conhecimento e informação para seu público,  ferramenta imprescindível para o trabalho do empresário. “Ricardo Amorim apresentou um cenário e as tendências internacionais da economia, o que nos permitiu compreender as implicações globais na economia local e ficarmos atentos às dinâmicas do mercado”.
Sobre Ricardo Amorim
Um dos apresentadores do programa Manhattan Connection da GNT desde 2003, Ricardo Amorim tem presença destacada na indústria financeira mundial há 17 anos. Retornou ao Brasil em 2.008, após oito anos em Nova York Atualmente é presidente da Ricam Consultoria, aconselhando grandes clientes no Brasil e no mundo em projetos financeiros e de investimentos. Há anos vem proferindo palestras de economia por todo o Brasil e exterior, incluindo Estados Unidos, Europa, Japão e América Latina. 
É economista formado pela Universidade de São Paulo e pós-graduado em Administração e Finanças Internacionais pela ESSEC (École Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales) de Paris e membro do Business Affairs Committee, o mais prestigiado comitê da Câmara Americana de Comércio de São Paulo.
 
 Marcia Costa
Andreoli MS&L a serviço do Sebrae-SP
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