Ricardo Amorim: "Pela primeira vez em muito tempo, a probabilidade de boas surpresas econômicas é maior do que a das más.”

02/2015

Revista Conexão STIHL

 

RICARDOAMORIM04 creditos ao fotografo Ricardo Correa

Créditos ao Ricardo Correa
 
De acordo com o economista Ricardo Amorim, 2015 não será um ano bom para a economia brasileira, mas as surpresas que virão provavelmente serão positivas. Nos últimos quatro anos, o Brasil cresceu apenas 1,6% ao ano, menos que todos os países latino-americanos. “Além de baixíssimo crescimento, a política econômica do primeiro mandato da presidente Dilma gerou desequilíbrios macroeconômicos que agora têm de ser corrigidos às custas de desaceleração da economia”, explica.
 
Altas de preços controlados pelo governo e do dólar pressionarão a inflação e exigirão que o Banco Central continue a subir a taxa de juros, encarecendo o crédito e limitando o consumo e investimentos em expansão da capacidade de produção. Além disso, o economista destaca que o péssimo estado das contas públicas exigirá um duro ajuste fiscal, retirando recursos da economia.
 
“As incertezas colaborarão para deprimir ainda mais a confiança de empresários e consumidores, limitando investimentos e consumo. Assim, novas quedas do PIB na primeira metade do ano são bastante possíveis. Dois riscos adicionais podem até fazer com que o PIB caia no ano como um todo: o racionamento de energia elétrica na região Sudeste e uma possível nova crise externa”, destaca o economista.
 
Entretanto, as atuais expectativas de crescimento de menos de 2% em 2016 e menos de 2,5% em 2017 e 2018 são ruins, criando uma boa chance de surpresas positivas, o que o Amorim chama de efeito Copa do Mundo. “A maioria dos brasileiros considerou a Copa um sucesso, não por sua organização impecável, mas porque a expectativa de caos da maioria não se concretizou”. Para ele, cortes sistemáticos e profundos dos gastos públicos abririam espaço para a elevação dos investimentos em infraestrutura, redução dos impostos e da necessidade de financiamento do governo, permitindo que os juros caiam a partir de 2016. “Pela primeira vez em muito tempo, a probabilidade de boas surpresas econômicas é maior do que a das más”, conclui.
 
 

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