Consultor Ricardo Amorim afirma que inovação tem data de validade.

 

Mobilidade e Negócios

26/01/2011

Inovação é o desafio das grandes empresas

Ben Hammersley, diretor da Wired UK, defende mudanças radicais nas estruturas das corporações.

Recentemente, a Wired, por meio de um artigo de seu editor-chefe, Chris Anderson, causou polêmica ao dizer que a web estava morta. Para o editor-chefe da revista no Reino Unido, Ben Hammersley, os acessos das pessoas a uma série de informações de empresas e produtos na Internet “matou o marketing”. Ao participar de uma mesa-redonda no estande da Telefônica, durante o Campus Party, ele foi mais além e ainda mandou um recado para as empresas tradicionais de telecomunicações: o Skype está matando vocês.
Em meio a tantas “mortes”, Hammersley quer ressaltar que a inovação precisa dominar todas as áreas de uma empresa, e não ficar restrita 5% de áreas de laboratórios com desenvolvimento de produtos. E o grande exemplo, para ele, é a Apple, que inovou desde os produtos, design até suas embalagens e canais de distribuição. Para eles, empresas de menor porte tem mais potencial para inovar pois contam com 99% de engenheiros, enquanto as demais contratam mais gerentes, que contratam mais gerentes, e assim por diante. Para ele, as novidades chegam muito mais rápido e é preciso acompanhar essas mudanças. “Hoje estamos aguardando novas versões do iPad e do Android e há um ano eles nem existiam”, ressaltou.
Mas o mundo da inovação tem várias contrapartidas na avaliação do consultor Ricardo Amorim. Ele lembra que outro cenário que também “está morto” é o de que os países ricos respondem pela maior parte do que é movimentado em termos de receita no mundo. Hoje, os países emergentes respondem por boa parte dessa geração de receitas. “A primeira coisa que eles compram mais quando ganham poder de consumo é comida”, afirmou.
Além disso, Amorim lembra que a inovação tem data de validade. Ele cita como exemplo a vertiginosa queda de preços de televisores de tela plana nos últimos 10 anos, o mesmo período que o preço do barril do petróleo cresceu 10 vezes. Por esses motivos, ele acredita que o desafio de transformar as grandes corporações em inovadoras é muito grande, principalmente para as empresas de telecomunicações.
Leila Lória, diretora de relações institucionais e desenvolvimento de novos negócios da Telefônica, reconhece que muitas vezes as grandes estruturas acabam matando a criatividade. E que as empresas tem procurado encarar esse desafio como parte de suas tarefas. Ela cita como exemplo o Fundo de Inovação, anunciado pela Telefônica, e que quer trazer ao mercado novas referências de investimento nessa área.
Para Vladimir Barbieri, superintendente da Telefônica Empresas, iniciativas como o Campus Party, promovido pela Telefônica, é um “curso intensivo” para as empresas que erem aprender com a nova geração de colaboradores e consumidores, e também se posicionarem. Ele defende a estratégia adotada pela Telefônica que prefere fechar parcerias com empresas inovadoras ao invés de adquiri-las, como atuam algumas companhias nessa área.

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