07/2015
Foto: Ricardo Correa
Qual análise positiva pode ser feita neste momento em relação ao país?
Estamos vivendo um momento muito delicado. A economia brasileira está doente e o ajuste fiscal faz parte do tratamento. Como uma quimioterapia, ele garante a sobrevivência do paciente, mas seus efeitos colaterais são muitos difíceis de enfrentar.
Por outro lado, pela primeira vez em cinco anos, é provável que terminemos o ano melhor do que começamos e com perspectivas mais positivas para o futuro. Se conseguirmos controlar a inflação e as contas públicas ainda em 2015, elevando a confiança de empresários e consumidores, poderemos retomar um ciclo de crescimento mais acelerado e sustentável.
Portanto, para o Brasil voltar a crescer, devemos inicialmente tirar o medo de campo. As maiores oportunidades surgem em momentos como o que estamos vivendo, com curto prazo muito ruim, mas com médio e longo prazos mais favoráveis. Temos de tomar decisões que levem em conta essa perspectiva mais longa. A crise nos força a colocar a casa em ordem, a corrigir o que estava errado antes e aí, sim, as coisas melhoram.
Como quebrar este círculo vicioso de crise política e econômica se retroalimentando?
No lado político, quanto antes terminarem as investigações da Lava Jato e antes forem a julgamento os indiciados, mais cedo serão retomadas as condições de governabilidade do país.
Já no lado econômico, os principais desafios são colocar as contas públicas em ordem e reduzir a inflação. As sucessivas altas de juros acabarão dando conta da inflação, mas a redução da meta fiscal desnecessariamente criou dúvidas a respeito do ajuste das contas públicas.