Economista Ricardo Amorim prevê que Bolsa cairá mais, antes de forte recuperação.

Exame

14.07.2011

Por Giuliana Napolitano

“É melhor ficar fora da bolsa”, diz Ricardo Amorim
O economista Ricardo Amorim, dono da consultoria Ricam e ex-diretor do banco WestLB em Nova York, talvez tenha uma das perspectivas mais pessimistas para a bolsa brasileira nos próximos meses. Para ele, o mercado vai continuar em baixa e o Ibovespa pode chegar perto dos 30 000 pontos – o nível mais baixo desde o pânico provocado pela quebra do banco Lehman Brothers no fim de 2008. “Aí teríamos uma excelente oportunidade de compra, como ocorreu em 2008”, diz. “Mas, por enquanto, é melhor ficar fora da bolsa.”
A favor de Amorim, contam algumas previsões certeiras feitas recentemente. Ele foi um dos poucos analistas a prever a forte alta da Bovespa em 2009 e vem dizendo que a bolsa vai cair desde o início deste ano – numa entrevista a EXAME no fim de fevereiro, afirmou que a crise europeia ficaria mais grave e derrubaria a bolsa (de lá para cá, o Ibovespa caiu 10%).
Hoje, ele continua acreditando que os problemas na Europa vão piorar. Na opinião de Amorim, o calote da Grécia é inevitável – se isso ocorrer, outros países da região seriam bastante afetados porque os principais bancos europeus possuem títulos gregos. “Podemos ter outros calotes na Europa e uma crise de proporções parecidas com a de 2008”, diz.
No longo prazo, porém, sua visão de bolsa continua positiva. Como assim? Bom, ele acredita que a situação europeia levará alguns meses para ser resolvida, mas será solucionada via injeção pesada de recursos, com ocorreu nos Estados Unidos. “Esse dinheiro terá de ser investido em algum lugar, e países emergentes como o Brasil estão no topo da lista”, diz. É bom lembrar que Amorim já disse que o Ibovespa chegaria a 200 000 pontos — em 2015.

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