06/2015
Revista Profissional & Negócios
Foto: Ricardo Correa
O que você gosta de fazer em seu tempo livre?
Para mim, a ideia de tempo livre não faz muito sentido. Essa dualidade em que a vida parece dividida diz muito sobre como normalmente nos relacionamos com o trabalho e estudo. Não encaro meu tempo de trabalho como “preso”. Meu trabalho não é um fardo, é minha missão, minha forma de tentar contribuir para tentar deixar o mundo um pouquinho melhor do que o recebi. Cada um de nós impacta a vida das outras pessoas de formas muito mais amplas e profundas do que costumamos dar-nos conta. Vejo meu trabalho como uma forma um pouco mais planejada e organizada de como fazer isso. Conectar pessoas e ideias para que as pessoas possam compreender melhor o mundo em que vivem, tomar melhores decisões e, por consequência, serem mais felizes, é o que me move e perpassa todas as minhas atividades. Produzo e penso – que é a essência do meu trabalho – escutando podcasts ou caminhando no parque. Minhas atividades e a própria flexibilidade de pensamento de trabalho na RICAM ajudam bastante. O tempo em que estou com minha equipe preparando uma palestra, por exemplo, é momento de profusão de ideias e espaço de criatividade em que passamos todas nossas referências, estudos e conteúdo para o formato da apresentação que vou fazer. É trabalho, dedicação e, ao mesmo tempo, é tempo de ideias livres e de diversão para todos. Aliás, uma das grandes alegrias na vida que tenho é poder conviver com duas equipes de primeira, tanto na Ricam Consultoria, minha empresa, quanto na TV Globo e no Manhattan Connection. São todos profissionais excepcionais e pessoas melhores ainda, o que torna meu trabalho agradável e extremamente produtivo, desde que eu não os atrapalhe muito.
Além disso, sou aficionado por esportes e amo nadar. Se estou em São Paulo, não tem acordo, preciso nadar! Isto não significa que eu não desligue do trabalho, muito pelo contrário. Curtir minha família e a natureza ou me exercitar são os maiores prazeres que tenho e os vivo intensamente e com frequência. Meu ponto é que vivendo intensamente meus momentos de lazer e me desligando do trabalho, surgem minhas melhores ideias para o trabalho. Da mesma forma, como gosto muito do meu trabalho e o desfruto bastante, também tenho muitas ideias de coisas legais para fazer fora do trabalho quando estou trabalhando. Minha criatividade é estimulada quando sei o que quero, mas não estou pensando naquele assunto naquele exato momento.
Como esta atividade influencia em seu trabalho?
A natação, por exemplo, como toda atividade física, ajuda bastante na disposição para encarar a correria dos dias. Além do benefício corporal, nadar é mais um dos momentos em que consigo uma imersão (ou melhor, submersão, rs) profunda nas ideias que tenho ao longo do dia. Estamos, eu e meus pensamentos, sozinhos debaixo d’água. De quebra, ela faz ainda mais bem para minha alma do que para o meu corpo. É minha terapia.
Durante o seu tempo livre, você adquire novas ideias para o seu trabalho?
O tempo todo. Minha atuação, seja nas palestras que faço, conferências em que participo, consultorias que presto ou no Manhattan Connection, passa muito por conectar informações que muitas vezes parecem desconectadas para a maioria e gerar análise relevante para quem me acompanha, ajudando-os a poder tomar informações melhores. Sou um leitor voraz e, mais recentemente, um assíduo ouvinte de podcasts. Tudo que processo desse ”consumo de mídia” entra na engrenagem de ideias. Escuto e leio anotando conceitos interessantes e coletando insights que acabam sendo úteis nas palestras, consultorias ou artigos que publico.
Como a sua família encara seu hobby/atividade?
Minha família é a coisa mais importante da minha vida. Como todos, muitas vezes, vivo conflitos para conciliar as responsabilidades de trabalho com a vida pessoal, mas tenho a sorte de ter uma família maravilhosa que ao mesmo tempo apoia-me em meus projetos e me cobra estar presente na vida familiar. Tenho uma flexibilidade de horários maior do que a maioria, o que me permite participar de praticamente todos os momentos importantes da vida de meus filhos, o que é uma enorme dádiva. Para mim, uma vida feliz é uma vida equilibrada, onde há tempo e energia para dedicar à família, aos amigos, aos projetos pessoais e ao trabalho e quando estou vivendo cada uma destas atividades, estou integralmente nela. Muitas vezes, conseguir isto na prática não é fácil, mas apesar de estar muito longe de onde gostaria com relação a isso, sou muito grato por conseguir cada vez mais fazer isso.
Você sente diferença no seu bem-estar e saúde ao exercer esta atividade?
Cada uma das atividades que exerço e o equilíbrio entre elas são as fontes do meu bem-estar. Na vida do dia a dia, é fácil que este equilíbrio desarranje-se, mas acabo conseguindo reconquistá-lo novamente. Tenho uma vida maravilhosa, amo as pessoas que estão na minha vida e sou apaixonado pelas atividades que pratico tanto na vida pessoal como na vida pessoal. Quando as coisas saem do eixo, o que acontece com bastante frequência, esforço-me para lembrar-me disso, o que me dá perspectiva sobre quão pouco importantes quase sempre são as coisas que estão me incomodando em relação a todas as razões que tenho para ser feliz e grato por isto.
O seu tempo com o trabalho é superior ao seu tempo de descanso ou há um equilíbrio?
Sem ser nada rígido em cada dia, ao longo do tempo, tento equilibrar minha vida para algo como 1/3 para sono, 1/3 para trabalho e 1/3 para família, amigos, atividades físicas e lazer. No passado, neglicenciava o tempo de sono para ter mais tempo para o resto, mas o custo disso para a saúde, energia e o próprio prazer que tiro das outras atividades não compensa. Hoje, tenho a sensação de ter um mistura gostosa e sadia na minha vida. Minha agenda é bastante movimentada e minha rotina, se é que dá para chamá-la assim, muda a cada dia. Viajo bastante para participar de eventos ao redor de todo mundo. Isto me dá a chance de estar em contato com muita gente interessante e com experiências diversas – executivos, empreendedores, estudantes – o que além de prazeroso é fonte inesgotável de aprendizado. A contrapartida é que estas viagens, temporariamente, limitam o tempo que tenho para passar com minha família e dificultam manter uma rotina de exercícios físicos. Tento compensar isto, separando tempo e vivendo mais intensamente isto quanto estou em São Paulo. Além disso, sempre que possível, dou uma escapada com minha mulher e filhos…