Neste primeiro semestre, é provável que haja comportamentos bastante distintos entre setores de bens não duráveis, como supermercados e farmácias, e os de bens duráveis, como o automotivo e o imobiliário. Com a confiança de consumidores nos níveis mais baixos da história, consumidores optam por adiar a troca do carro e da casa, impactando muito negativamente a venda destes produtos. Por outro lado, isto aumenta a renda disponível para gastos com produtos como alimentos e cosméticos, favorecendo o desempenho destes setores, o que aliás já aconteceu no primeiro trimestre.
Quanto ao ano, pela primeira vez em cinco anos, é provável que terminemos o ano melhor do que começamos e com perspectivas melhores para os próximos anos. Se arrumarmos a casa em 2015, retomando a confiança de empresários e consumidores, podemos retomar um ciclo de crescimento mais acelerado no final do ano e nos anos seguintes.
2016 certamente será um ano melhor do que 2015, mas o quanto melhor dependerá da profundidade dos ajustes que forem feitos em 2016. Quanto mais profundos os ajustes em 2015, mais a economia sentirá neste ano, mas mais fortemente ela se recuperará em 2016 e nos anos seguintes. A questão é se faremos ou não os ajustes necessários para que os anos seguintes sejam melhores, possivelmente muito melhores. Ainda não temos uma resposta a esta questão. Por um lado, a nova equipe econômica tem o diagnóstico correto. Por outro, o apoio político, tanto por parte da Presidente quanto do Congresso à adoção das duras medidas necessárias, parece longe de garantido.
Ricardo Amorim projeta economia brasileira para os próximos anos
04/2024 Blog do Prisco A primeira manhã de trabalhos do Encontro Nacional das Empresas de Asseio e Conservação 2024 foi marcada por palestras sobre economia