Perfil de Ricardo Amorim para o Jornal de Santa Catarina

03/2015

Jornal de Santa Catarina

 

Por-do-sol

 
Hobby
Natação, corrida, cinema, leitura, mas acima de tudo, curtir uma praia, um parque.
 
Viagem inesquecível
Trekking ao acampamento base do Everest no Himalaia. A beleza das montanhas, o silêncio profundo e a paz de espírito dos sherpas são contagiantes.
 
Livro 
Impossível escolher um só. Para limitar a dois:
Em busca de sentido – Um Psicólogo no Campo de Concentração – Viktor Frankl;
Punidos pelas Recompensas – Alfie Kohn
 
Filme
O Segredo dos Seus Olhos.
 
Luxo
Assistir ao pôr-do-sol desta foto na sexta-feira passada.
 
Caos
Não saber dizer não e assumir mais responsabilidades do que o dia consegue comportar.
 
Mania
Tentar entender como o mundo e as pessoas funcionam e se relacionam.
 
Presente inesquecível
Uma caneca com uma caricatura minha que minha esposa pintou. Tomo café da manhã nela todos os dias e começo os dias com um sorriso no rosto.
 
Restô preferido- SP e NY
Em Sampa, o Mimo, que além de ser ótimo fica muito perto de onde eu moro.
Em Nova York, o Nobu. O black cod de lá é o melhor prato que eu já comi.
 
Cidade que moraria
Já morei em São Paulo, Paris e Nova York. Acho que, até hoje, escolhi onde morar pela quantidade de bons restaurantes. Ultimamente, sinto-me atraído pelo Vale do Silício ou algum lugar mais tranquilo.
 
Como/ por que escolheu a economia para sua vida profissional?
Por acaso. Não sabia se prestava vestibular para Física, Educação Física, Medicina, Jornalismo, Administração, Publicidade, Jornalismo ou Economia. Acabei escolhendo Economia e adorei.
 
Se não fosse economista seria
Filósofo ou ator.
 
Palestra que marcou sua carreira
No ano passado, fui palestrante e mestre de cerimônia de um dos maiores eventos mundiais do setor de telecomunicações em Miami, que teve como palestrantes o ex-presidente americano Bill Clinton e o ex-presidente chileno Sebastián Piñera, entre outros. Quando fui apresentar o Clinton, comentei que era a segunda vez que eu tinha a honra de estar com ele e que a primeira, quando palestrei logo após ele, alguns anos antes, em um evento em Nova York, tinha sido inesquecível para mim. Disse que a palestra dele tinha sido sensacional, mas eu não me lembrava de nada do que ele havia dito, nem o que eu tinha dito na minha palestra, apenas de como abri minha palestra após a dele, agradecendo os organizadores pelo convite e pedindo pelo amor de Deus para nunca mais ser colocado para falar depois do Bill Clinton. Era responsabilidade demais. Para minha surpresa, nesta hora, o Clinton diz que ele, sim, se lembrava do que eu havia dito e abre sua fala comentando e aprofundando as minhas conclusões de alguns anos antes. Quase fiquei sem fala.
 
O que espera de 2015? Acredita em boas perspectivas para o país?
Não, as perspectivas para o país em 2015 serão difíceis, com a segunda queda seguida do PIB e inflação em alta, mas ao contrário dos últimos quatro anos, temos uma boa chance de terminarmos 2015 melhor do que começamos e termos um 2016 melhor do que 2015. Isto só dependerá das decisões do governo e de sua capacidade de retomar a confiança de empresários e consumidores. Além disso, o fato de que as perspectivas serão ruins para o país não significa que serão ruins para todos no país. Haverá regiões e setores que terão desempenhos melhores do que outros e, mesmo dentro de cada setor ou região, algumas empresas irão muito mal e outras muito bem. Para quem está bem preparado, as maiores oportunidades aparecem nos momentos difíceis, quando os concorrentes pior preparados acabam sucumbindo.
 
Onde investiria seu dinheiro hoje?
Uma parte em busca de segurança, em títulos indexados ao CDI e à inflação. A outra, buscando uma valorização mais expressiva em um prazo mais longo e aceitando variações significativas do valor do investimento para cima e para baixo ao longo do tempo em ações que com a crise recente ficaram muito baratas, como algumas estatais e do setor de construção. Em 2003 e 2009, apesar da economia estagnada, a Bolsa subiu quase 100% e as ações que haviam caído mais, logo antes, subiram mais ainda, porque as ações haviam ficado excessivamente baratas. Meus estudos que comparam os preços com a lucratividade histórica das empresas brasileiras desde 1994 indicam que estamos em um momento parecido.
 
Ainda acredita que o Brasil é o país do futuro?
Sim, mas nos últimos 4 anos este futuro ficou bem mais distante. Inegavelmente, a economia brasileira enfraqueceu-se bastante neste período, mas apesar de grave, eu não acho que a situação seja irreversível.
 
Se fosse o ministro da economia, qual a primeira medida que tomaria na atual situação.
Cortaria na própria carne, enxugando o governo e reduzindo seus gastos substancialmente, liberando recursos para poder investir mais e melhor em infraestrutura, educação e saúde, reduzir as necessidades de financiamento do governo e as taxas de juros, o que permitiria que tivéssemos uma taxa de câmbio mais competitiva e a economia se recuperasse. O governo reconheceu recentemente o mal estado das contas públicas, mas em resposta a sua obesidade pôs a nós no setor privado de regime, aumentando nossos impostos, ao invés de cortar os próprios gastos.
 
Sempre é possível crescer com uma crise? 
Não, nem todos serão capazes de crescer com a crise. A maioria não vai crescer, mas é, sim, possível para aqueles que tomarem as decisões corretas não apenas crescer durante a crise, mas crescer como nunca antes, uma vez que a crise termine, o que inevitavelmente terá de acontecer em algum momento.
 
Conselho 
Não se deixe levar pelo pessimismo que tomará conta do país neste ano. Busque quais as oportunidades que a crise pode trazer para você.
 
Frase
“Eu quero dar sentido ao universo.” Steve Jobs
 
Ricardo Amorim é apresentador do Manhattan Connection da Globonews, colunista da revista IstoÉ, presidente da Ricam Consultoria, único brasileiro na lista dos melhores e mais importantes palestrantes mundiais do Speakers Corner e economista mais influente do Brasil segundo a revista americana Forbes.
 
Perfil no Twitter: @ricamconsult.

 
 

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