Portal G1-Triângulo Mineiro
08/11/11
Por Hismênia Keller
‘América é a terra da oportunidade’, diz Ricardo Amorim em Uberlândia’.
Para economista,o Brasil vive momento nunca visto antes para empreender. Ele participou da 2ª edição do Encontro de Negócios Brasil Central.
A 2ª edição do Encontro de Negócios Brasil Central começou nesta terça-feira (08) e contou com a participação de vários empresários de Uberlândia e região.
A abertura oficial foi às 19h com a palestra do economista e debatedor do programa Manhattan Connection da Globo News, Ricardo Amorim, sobre a “Economia mundial em transformação: impacto nos seus negócios”.
Antes da palestra, o economista conversou com o G1 sobre o cenário econômico atual no mundo e os impactos na vida dos empresários e consumidores.
Sobre o atual cenário econômico, Ricardo avaliou que vão acontecer várias mudanças ainda a curto, a médio e a longo prazo, que beneficiam os países emergentes e têm impactos negativos nos países ricos.
“Essa situação faz com que o Brasil, em longo prazo, cresça ainda mais. Só que esse mesmo cenário cria dificuldades nos países ricos que sofrem com as crises, como a crise na Europa, que vai se intensificar o ano que vem. A média é de que Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresça nas próximas décadas 5% e, mais especificamente, no ano de 2012, apenas 1%. E após os efeitos negativos da crise europeia cresça 7%”, disse o economista.
Em relação à crise europeia e os impactos no Brasil, Ricardo acredita que não afete o país. A tendência é de que aconteçam algumas recessões no próximo ano, como redução temporária da oferta de crédito e queda nas exportações brasileiras, já que o consumo na Europa tende a diminuir.
Mesmo assim, o economista comentou que o momento para o pequeno empresário no país é de investir. “É preciso ter cautela, como evitar fazer dívidas muito grandes, mas nunca o momento foi tão grande para investir como agora. Mesmo a situação sendo um pouco desfavorável para os próximos trimestres, a chance de o empreendedor dar certo no Brasil é melhor ou até mais alta do que em outros países desenvolvidos, segundo um levantamento da taxa de sobrevivência do Sebrae. A América é a terra da oportunidade”, acrescentou.
Contudo, Ricardo ainda orientou o novo empreendedor a ter planejamento e acompanhar as mudanças que acontecem. Da mesma forma que o empreendedor deve evitar as dívidas, a mesma dica vale para o consumidor, já que existe esta tendência eminente da crise. “Com o fim de ano chegando, muitos consumidores acabam gastando mais e devem ter cuidado porque há uma forte tendência de desemprego no início de 2012”, ressaltou.
O cenário econômico do Brasil, além de favorecer o novo empreendedor, contribui também para o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros. A nova classe média, antiga classe C, está comprando bem e investindo em bens duráveis, como imóveis. Com a ajuda do programa do governo ‘Minha Casa, Minha Vida’ muitos brasileiros conseguiram conquistar a tão sonhada casa própria.
De acordo com o último levantamento da Caixa Econômica Federal (CEF), que responde por mais de 75% dos financiamentos habitacionais no país, a nova classe já virou maioria nos financiamentos do banco e representam 63,7% dos tomadores de empréstimo da instituição, sendo que em 2001 esse índice representava 50,3%.
Em 2008, o mundo assistiu a crise econômica mundial devido ao estouro da bolha no setor imobiliário. O economista acredita que mesmo com o crescimento das vendas de imóveis no Brasil, dificilmente a mesma crise aconteça no país. “Não é provável que isso aconteça aqui, os Estados Unidos tinham uma linha de crédito enorme, diferente do Brasil. O crédito imobiliário nos EUA representa 80% e no Brasil apenas 4%, e, mesmo a economia deles sendo maior que a nossa, para que o Brasil chegue a esse estágio o crédito nos país teria que crescer muito”, explicou.
Futuro econômico no Brasil
“Atualmente o Brasil ocupa o 7º lugar na economia mundial e é provável que em 10 anos a economia brasileira seja a 5º maior. O Brasil vai ganhar importância e com nível de taxas de juro mais baixo do que os atuais e parecidos com o que é normal no resto do mundo. Além disso, a distribuição de renda deve continuar melhorando, deve ser melhor que nos Estados Unidos, com renda menor claro, porém mais distribuídas”, concluiu.