A alta do dólar em função da crise acelerará o crescimento do turismo interno e das exportações brasileiras

10/2015

Revista Hotéis

Por Edgar J. Oliveira

 

VIVA REAL - 12/05/2015 - Conecta Imob 2015, Sao Paulo. Foto: Leonardo Rodrigues

Foto: Leonardo Rodrigues

 

O SINDETUR/SP – Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo promoveu o 28º Fórum dos Empresários de Turismo para discutir os atuais problemas que atingem o setor turístico no Brasil. O evento aconteceu no Espaço Trivento, na Vila Olímpia, na capital paulista, e reuniu três grandes nomes da inteligência brasileira para debater o cenário de crise em que o país está mergulhado e mostrar os caminhos para superá-la. As palestras foram ministradas pelo professor titular da USP e consultor político Gaudêncio Torquato, pelo economista e apresentador da Globo News, Ricardo Amorim, e pelo especialista em mercado, Marcos Gouvêa de Souza.

 

Ricardo Amorim começou sua palestra destacando que cerca de 75% do crescimento da economia mundial foi nos países emergentes, mas, segundo ele, no caminho do crescimento tinha uma Dilma. “O poço da recessão econômica já estava sendo cavado nos dois últimos anos do governo Lula e se agravou no governo Dilma. E o pior foi o tratamento dado. Nossas contas já estavam desequilibradas, pois era caro produzir no Brasil e a população começou a comprar no exterior. Com isto, acentuou o desequilíbrio e o remédio dado é amargo. Aumentou a taxa de juros para segurar a inflação, mas deprimiu a economia”, avaliou Amorim.

 

Ele destacou que enquanto a taxa Selic no Brasil está em 14,5%, a taxa média no mundo é de apenas 0,4%. Com isto se cria um reflexo em toda a cadeia produtiva. “Nunca a economia mundial cresceu tanto como nos últimos anos, mas o Brasil conseguiu crescer menos de 1/3 dos países emergentes, ficando atrás de El Salvador, Guatemala e até mesmo da Argentina. Bons tempos aqueles em que 46% das compras dos shoppings centers na Flórida eram feitas por brasileiros”, lembrou.

 

Amorim se mostrou cético em relação ao processo de impeachment e lembrou que isto é uma prerrogativa a ser votada no Congresso. A Dilma é o presidente mais impopular desde a implantação da república no Brasil. Os próprios membros do PT, como o fundador, Hélio Bicudo, têm interesse na queda de Dilma, pois haverá muitos respingos no palanque e vai ser complicado um candidato pedir voto dizendo que é do PT. Na minha opinião, a Dilma está com a corda no pescoço e ela só não caiu ainda porque o PMDB não montou um pacto de governabilidade”, destacou Amorim, que deixou um alento aos participantes do segmento turístico. “A valorização do dólar aqueceu o consumo interno e a hotelaria brasileira, principalmente a do Nordeste, está com uma boa ocupação. Em toda a crise existem as oportunidades e é isto que vocês devem ter em mente. Nunca desperdicem uma crise para criar”, concluiu Amorim.

 
 

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