05/2015
Por Marcelo Santos
Foto: Nirley Sena
Mesmo com o governo prestes a realizar um corte bilionário de gastos e indicadores econômicos que se deterioram a cada semana, o setor da construção tem bons fundamentos para retomar o fôlego.
Na palestra inaugural do Seminário do Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região (Ficon), o economista e comentarista do programa Manhattan Connection, da Globonews, Ricardo Amorim, alertou que a crise é séria, mas lembrou que há bilhões de reais em recursos que poderão irrigar o mercado imobiliário. O problema é superar o medo do comprador. Há também condições cambiais para investidores externos invadirem o Brasil.
O seminário, que é realizado no Mendes Convention Center, termina hoje (veja programação) e é a principal atração do Ficon, uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação, com realização da Una Marketing de Eventos.
“Essa é a hora das grandes oportunidades para quem compra e esse é o recado que falta o mercado imobiliário passar para seus potenciais clientes”, afirma Amorim.
O economista lembra que a tendência natural é o comprador sair do mercado por achar que está tudo ruim. Porém, construtores e vendedores, em momentos difíceis, ficam mais dispostos à negociação.
Para ele, o medo do comprador é um grande problema e isso vai ser superado quando a instabilidade política for resolvida. Amorim acha até que há possibilidade de processo de impeachment. Isso se o PT decidir abandonar a presidente Dilma Rousseff caso a popularidade dela caia ainda mais por uma economia destroçada pelo ajuste fiscal rigoroso.
Consórcios e Estrangeiros
Há dificuldades na oferta de crédito, entretanto Amorim, ressalta que as fontes de recursos não sumiram por completo. Por exemplo, segundo ele os consórcios têm R$ 12 bilhões em sorteios já realizados no País e que não são utilizados por temor dos premiados.
Diz também que o mercado brasileiro se tornou atrativo para investidores estrangeiros (fundos ou grandes compradores) devido ao dólar.
Segundo ele, o imóvel mais barato seduz os estrangeiros, porém, o economista acha que o ingresso de compradores pessoa física no Brasil está prestes a acontecer.
No final, Amorim dá a dica ao comprador: “a grande oportunidade está antes de acabar o medo”. Depois, quando voltar a bonança, os preços já não estarão mais atraentes.