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O economista Ricardo Amorim abriu a plenária principal trazendo uma análise inédita sobre o comportamento atual da economia brasileira, e sobre as dificuldades estabelecidas nos últimos anos (que, segundo ele, geraram estagnação do setor industrial). Ele traçou paralelos entre as gestões políticas das últimas décadas, em especial desde 2010, com uma abordagem detalhada a respeito das dificuldades enfrentadas pelas empresas (brasileiras ou não) para se estabelecerem e perdurarem no Brasil.
“O Brasil – que conseguiu obter bons números de crescimento de 2004 a 2010, após a entrada China na Organização Mundial do Comércio (OMC) – passou a enfrentar quedas significativas de desempenho econômico nos últimos quatro anos. Desde 2011, a taxa brasileira de crescimento foi a mais baixa entre os países da América Latina, apenas 2% – bem abaixo dos números observados no Peru (5,9%) e na Argentina (3,9%), por exemplo”, disse o especialista. Ele lembrou que os dados obtidos são inversamente proporcionais à quantidade de horas gastas por empresas de médio porte para pagar impostos no Brasil (2.600), Argentina (405) e Chile (291).
“Muito disso decorre do fato de o País ter que se deparar com um verdadeiro nó formado por burocracia, tributos em excesso, apagão de mão de obra especializada e gastos públicos exorbitantes – situação que nos posiciona, ano a ano, mais perto dos piores países para se fazer negócio no mundo do que dos melhores. É fundamental adotar formas de fazer o Brasil voltar a crescer, em especial no setor industrial, já que um país não pode se desenvolver sem produzir”, recomendou ele, fazendo referência a pelo menos duas medidas que podem ser tomadas já no curto prazo: uso estratégico da tecnologia para acompanhar e responder rapidamente às demandas de desenvolvimento dos negócios, governança e compliance; e adoção de medidas que favoreçam as atividades e a gestão do comércio exterior para aumentar a capacidade do Brasil na área de exportação.