O abraço da esperança

02/2017

Por Ricardo Amorim

 

 
O Brasil sangra com a maior paralisia política de sua História. Conflitos, diferenças e rivalidades sempre existiram, e sempre existirão. Porém, potencializados pelas redes sociais, políticos que os inflamaram em benefício próprio e pelos escândalos revelados pela Operação Lava–Jato, eles atingiram dimensões perigosas.
 
As consequências econômicas foram nefastas. Desequilíbrios causados por erros de política econômica no primeiro mandato de Dilma Rousseff não puderam ser corrigidos em função da paralisia no Congresso que impediu a aprovação de medidas fundamentais, jogando o Brasil na crise.
 
Veio o impeachment da Presidente Dilma e a formação do governo Temer. Desde então, reformas econômicas vêm sendo aprovadas. Se esta agenda for sustentada, recolocará o país em uma rota de crescimento.
 
Os primeiros sinais de progresso já se notam. A balança comercial teve superávit recorde em 2016. Ele será batido de novo neste ano. A inflação, que há um ano era de dois dígitos, ficará abaixo da meta de 4,5% em breve, criando condições para juros menores e mais crédito, consumo e investimento. Para um ajuste fiscal saudável falta a Reforma da Previdência. Faltam também medidas para aumentar nossa competitividade e garantir mais empregos e produtos mais baratos – reformas trabalhista e tributária. Com elas, crescimento econômico e emprego, que ainda não melhoraram, vão melhorar, e muito.
 
É aí que entra o abraço da foto. Oxalá ele inspire um processo de reconciliação e reconstrução nacional. Reconciliação não pode ser confundida com pizza. Para a construção de um país melhor, mais rico e mais justo é fundamental que a Lava-Jato continue avançando e que todos os corruptos sejam exemplarmente punidos.
 
Já passou da hora de nós brasileiros sairmos deste Fla-Flu que paralisou o país e apoiarmos ou nos opormos a medidas, não a pessoas, partidos ou governos. Nós brasileiros temos de defender os interesses do país, ao invés de nos deixarmos manipular por grupos políticos que só defendem seus próprios interesses.
 
Tomando o governo Temer como exemplo, quando ele propõe reformas sem as quais milhões de brasileiros continuarão sem emprego, merece ser apoiado. Quando indica seu Ministro da Justiça para uma vaga no STF ou oferece uma posição de ministro a um aliado para protegê-lo com o foro privilegiado, deve ser combatido. Não é Temer que deve ser apoiado ou combatido. Boas medidas devem ser apoiadas e as más combatidas, venham de onde venham.
 
Se até Lula e FHC – os principais líderes dos principais grupos antagônicos – podem se abraçar, é hora de nós brasileiros, juntos, abraçarmos as causas que merecem nosso apoio.
 
Ricardo Amorimautor do bestseller Depois da Tempestade, apresentador do Manhattan Connection da Globonews, o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes, o brasileiro mais influente no LinkedIn, único brasileiro entre os melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner e ganhador do prêmio Os + Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças de 2016.
 
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