Publicado em: www.clubelunico.com.br
março de 2010
Chamar alguém de caipira já foi ofensa. Atualmente, é elogio.
Por ter território extenso, clima favorável e oferta abundante de água potável, o Brasil tem uma vocação natural que muito o privilegia na produção de alimentos.
Não por acaso, o país é o maior exportador mundial de açúcar, café, carne bovina e avícola, suco de laranja e fumo. Aliás, as exportações brasileiras de suco de laranja correspondem a 84% das exportações mundias de todo o setor. Além disso, estamos em segundo lugar nas exportações de soja, em terceiro nas de milho e algodão e em quarto nas de carne suína.
Também não por acaso, a empresa mais valiosa do mundo no setor de carnes e laticínios é brasileira, a JBS Friboi. Aliás, a segunda é a Brasil Foods, fruto da fusão da Perdigão com a Sadia.
Com os chineses cada vez mais ávidos por alimentos, ora importando-os diretamente do Brasil, ora colaborando para uma alta dos preços dos produtos que o Brasil exporta – mesmo comprando-os de outros países – o superávit comercial do agronegócio brasileiro passou de pouco mais de US$ 10 bilhões em 2000 para US$ 55 bilhões no ano passado, com as exportações do setor mais que triplicando no mesmo período. Neste ano, com a recuperação de preços e volumes transacionados de muitos produtos, deve crescer ainda mais.
O crescimento da riqueza no interior na última década foi muito maior que nos centros urbanos, e é provável que essa tendência não seja revertida tão cedo.
O Brasil é, disparado, o país com mais área potencialmente arável ainda
não plantada, chegando a quase 350 milhões de hectares, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), três vezes mais que o segundo país com maior área disponível para a agricultura ainda não cultivada, o Congo.
Para se ter uma de ideia de por que o Brasil deve se tornar, cada vez mais, o celeiro do mundo ao longo das próximas décadas, a área arável no país equivale a todo território de trinta e três países europeus somados.
Quando alguém na rua lhe chamar de caipira, estufe o peito, sorria e agradeça.