14/02/2011
Por Leandro Modé
”Não há dinheiro para resgatar todo mundo”
A crise europeia está longe de ser resolvida e é o maior empecilho para que os mercados desenvolvidos mantenham desempenho superior ao dos emergentes. A avaliação é do economista Ricardo Amorim. Após trabalhar em vários bancos internacionais, em São Paulo e em Nova York, ele voltou ao Brasil pouco antes do estouro da crise econômica nos Estados Unidos. Hoje, está à frente da Ricam Consultoria.
‘Temo que os efeitos da crise europeia para a economia mundial sejam piores do que o impacto da crise americana’, diz. Para Amorim, os países europeus apenas ganharam tempo com os pacotes que socorreram a Grécia e a Irlanda. Uma solução efetiva ainda está distante, diz.
O argumento é o de que não há recursos suficientes para salvar países que ainda enfrentarão problemas em decorrência da situação fiscal delicada: Portugal, Espanha, Itália e Bélgica. ‘Não existe dinheiro para resgatar todo mundo’, argumenta Amorim.
Segundo ele, há três saídas possíveis: 1) calote generalizado, com efeitos imprevisíveis para o mundo; 2) impressão de dinheiro pelo Banco Central Europeu (BCE), a exemplo do que tem feito seu par americano (o Fed), com inevitável disparada da inflação; 3) resgate pelos emergentes, atualmente únicos com dinheiro suficiente para sanar problema dessa magnitude.
Essa última solução envolveria como contrapartida o controle do Fundo Monetário Internacional (FMI) por esses países, um caminho politicamente complicado. Em resumo, uma grave crise na região é inevitável.
‘Temo que os efeitos da crise europeia para a economia mundial sejam piores do que o impacto da crise americana’, diz. Para Amorim, os países europeus apenas ganharam tempo com os pacotes que socorreram a Grécia e a Irlanda. Uma solução efetiva ainda está distante, diz.
O argumento é o de que não há recursos suficientes para salvar países que ainda enfrentarão problemas em decorrência da situação fiscal delicada: Portugal, Espanha, Itália e Bélgica. ‘Não existe dinheiro para resgatar todo mundo’, argumenta Amorim.
Segundo ele, há três saídas possíveis: 1) calote generalizado, com efeitos imprevisíveis para o mundo; 2) impressão de dinheiro pelo Banco Central Europeu (BCE), a exemplo do que tem feito seu par americano (o Fed), com inevitável disparada da inflação; 3) resgate pelos emergentes, atualmente únicos com dinheiro suficiente para sanar problema dessa magnitude.
Essa última solução envolveria como contrapartida o controle do Fundo Monetário Internacional (FMI) por esses países, um caminho politicamente complicado. Em resumo, uma grave crise na região é inevitável.