10/2023
Por Ricardo Amorim
A inflação é um imposto invisível que reduz o poder de compra das pessoas. Quando os preços sobem mais rapidamente do que os salários, os trabalhadores e suas famílias têm sua capacidade de adquirir produtos e serviços reduzida, mesmo que os salários tenham crescido.
O descasamento entre o aumento de preços e os ajustes salariais gera um cenário desafiador toda vez que a inflação se acelera. Os preços flutuam constantemente, enquanto os salários são revisados apenas uma vez ao ano. Esse desalinhamento resulta em um empobrecimento temporário até que os salários sejam reajustados, já que o rendimento recebido se torna insuficiente para comprar o que antes ele era suficiente para comprar.
O Banco Central é o responsável por controlar a inflação e impedir que a população seja prejudicada por ela. Sua principal ferramenta para conter altas de preços é o ajuste da taxa básica de juros, a taxa SELIC. Ao elevar as taxas básicas de juros, o Banco Central encarece o crédito, tornando-o menos acessível para pessoas e empresas, que são forçadas a reduzir seu consumo.
O encarecimento do crédito dificulta o acesso a empréstimos para a compra de bens de alto valor, como automóveis e imóveis. O setor imobiliário é particularmente afetado, com menos pessoas tendo condições de financiar a compra de um apartamento ou casa quando os juros sobem. À medida que as incorporadoras conseguem vender menos imóveis, elas cancelam lançamentos que antes pretendiam fazer, levando operários e corretores imobiliários a terem uma redução sem sua renda.
Trabalhadores que perdem seus empregos ou têm suas rendas reduzidas são forçados a gastar menos, afetando negativamente as vendas do comércio e a economia em geral.
Tudo isso acontece quando a inflação está alta ou subindo e o Banco central precisa controlá-la.
O contrário acontece quando a inflação está sob controle. Com preços mais estáveis, os juros caem e o crédito se torna mais acessível.
O Banco Central brasileiro foi muito eficiente em controlar a inflação, recentemente. Pela primeira vez em muitas décadas, o Brasil teve recentemente menos inflação do que as economias desenvolvidas dos EUA e Europa.
Exatamente por isso, a taxa de juros no Brasil tem caído e vai continuar a cair, enquanto ela tem subido na maior parte do resto do mundo.
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Ricardo Amorim, autor do bestseller Depois da Tempestade, o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes, o brasileiro mais influente no LinkedIn, único brasileiro entre os melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner, ganhador do prêmio Os + Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, presidente da Ricam Consultoria e cofundador da Smartrips.co e da AAA Plataforma de Inovação.
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