O início da década de ouro do mercado de capitais brasileiro.

O início da década de ouro do mercado de capitais brasileiro
 
Desde a virada do milênio, o centro de gravidade do crescimento mundial vem saindo dos Estados Unidos e Europa e indo em direção aos mercados emergentes. Os efeitos negativos das crises imobiliária e financeira nos países ricos intensificarão este processo na próxima década, alçando o Brasil a uma posição de liderança econômica global devido a um forte crescimento na demanda de produtos em que somos muito competitivos – em particular no agronegócio e matérias-primas – e um aumento significativo da oferta de capitais, renda e crédito no país. Nas próximas décadas, o PIB brasileiro deverá crescer duas vezes mais rápido do que nas três últimas décadas, criando oportunidades de negócios excepcionais em vários setores. O mercado de capitais crescerá ainda mais rapidamente. Não por acaso, a recente operação de lançamento de ações da Petrobrás foi a maior já feita no planeta.MUDANÇA DO CENTRO DE GRAVIDADE DA ECONOMIA MUNDIAL: DOS EUA PARA A ÁSIA E EMERGENTES                                                                                                                                                                                     
Nas últimas décadas, a Ásia cresceu muito mais rápido do que o resto do mundo, expandindo sua importância na economia mundial. Desde a entrada da China para a Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, 2/3 do crescimento do mundo vem dos países emergentes e apenas 1/3 de EUA, Europa e Japão somados. Na próxima década, esta tendência será ainda mais marcante. O crescimento nos países ricos será frágil e nos emergentes recorde. Enquanto China e Índia sustentarem um crescimento acelerado, o Brasil continuará a se beneficiar. 
RECESSÃO NOS EUA E EUROPA… IMPACTOS REDUZIDOS NO BRASIL, SALVO NOVAS CRISES AGUDAS                                                                                                                                                                                                    
A melhora dos fundamentos econômicos brasileiros limitará os impactos negativos de uma eventual volta à recessão nos EUA, Europa e/ou Japão, a menos que eles passem por crises de proporções pelo menos iguais às de 2008. Enquanto isso, as exportações brasileiras têm migrado para países emergentes. Em 2002, exportávamos sete vezes mais para os EUA do que para a China. Em 2010, exportamos 50% mais para a China do que para os EUA. 
DOMÍNIO ASIÁTICO E DE PAÍSES EMERGENTES: AS MAIORES EMPRESAS DO MUNDO                                                                   
Empresas emergentes vêm ganhando destaque no cenário mundial e já são as maiores do mundo na maioria dos setores, incluindo bancos, telecomunicações, petróleo e automóveis. Várias empresas brasileiras, como Petrobrás, Vale, JBS, Ambev, Embraer e muitas outras se tornaram líderes globais em seus setores. Com isso, as maiores operações de mercado de capitais passaram também a ocorrer em mercados emergentes. 
 
BRASIL: NA ROTA DA ABUNDÂNCIA                                                       O Brasil se beneficiou deste novo panorama mundial, fortalecendo suas contas externas, gerando condições para um crescimento sustentado e acelerado. Em 2010, o crescimento do PIB brasileiro será superior a 7%. Na próxima década, a média de crescimento do país deve ser de cerca de 5% ao ano, o dobro da média dos últimos 30 anos. 
A VEZ DO CONSUMO DE MASSA E DA REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Inflação baixa, aumentos reais do salário mínimo e programas de distribuição de renda continuarão a expandir o poder de compra dos consumidores e regiões mais pobres do país, impulsionando o consumo. Nos últimos sete anos, 50 milhões de brasileiros passaram para as classes A, B e C, ampliando exponencialmente o mercado consumidor brasileiro. É provável que na próxima década haja um crescimento semelhante.
CRÉDITO IMPULSIONANDO VENDAS COMO NUNCA ANTES
Desde 2004, a consolidação da estabilidade econômica permitiu uma forte expansão do crédito, que continuará nos próximos anos, à medida que o dólar, a inflação e os juros caiam gradualmente. Somando-se a isso os impactos positivos de grandes investimentos em infraestrutura associados à Copa do Mundo e às Olimpíadas, os setores mais dependentes de crédito – imobiliário, automobilístico, de eletroeletrônicos, moveleiro e de viagens –, além do setor de infraestrutura e o agronegócio, serão as locomotivas do crescimento do país, com forte necessidade de acesso ao mercado de capitais para financiar seus investimentos.
A HORA E A VEZ DA SUSTENTABILIDADE E DA TERCEIRA IDADE
Forte crescimento do consumo de massa aumentará exponencialmente os desafios ambientais e a relevância de processos e produtos ecologicamente sustentáveis. Fontes de energia renováveis serão beneficiadas. O gradual envelhecimento da população aumentará também a demanda por produtos e serviços para a terceira idade.
SURFANDO A ONDA DE AUMENTO DE DEMANDA DE PRODUTOS BÁSICOS. VIVA O AGRONEGÓCIO!
Os principais eixos do crescimento mundial atual, China e Índia, são países muito populosos, pobres, e em estágio de migração de economias rurais para urbanas. Por isso, a demanda mundial por alimentos e matérias-primas (minérios, metais, energia etc.) explodiu e vai continuar em forte elevação nas próximas décadas, enquanto o processo de urbanização desses países continuar, favorecendo as exportações brasileiras. De 2001 a 2008, o superávit comercial do agronegócio brasileiro passou de US$ 10 bilhões para US$ 60 bilhões. Por outro lado, superávits comerciais e entrada de investimentos no Brasil e fragilidades econômicas nos EUA levarão o dólar a cair mais, barateando nossas importações e favorecendo os setores de varejo e serviços.

Apresentador dos programas Manhattan Connection da GNT e Economia e Negócios da Rádio Eldorado, além de colunista da revista IstoÉ e presidente da Ricam Consultoria Empresarial. www.ricamconsultoria.com.br

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