11/2015
Foto: Ricardo Correa
União de fatores internos e externos vem favorecendo o crescimento acelerado do agronegócio brasileiro. De acordo com a avaliação de Ricardo Amorim, a definição eleitoral para a presidência não influenciará, de forma geral, as oportunidades positivas do setor. “O agro vive uma fase de pleno desenvolvimento e conquistas, em decorrência de um cenário global construído ao longo da última década”, complementa.
Panorama conjunto
Para se entender o conjunto de fatores que favorecem atualmente o agronegócio nacional, é preciso destacar que, nos últimos anos, o desenvolvimento de países populosos como Brasil, China e Índia alterou o centro de gravidade da economia mundial, deslocando o foco dos países ricos para os países emergentes. “Hoje o Brasil ocupa a segunda posição no ranking de exportação agrícola. O primeiro lugar está com os Estados Unidos, mas a previsão é de que, ao longo da próxima década, o Brasil se aproxime cada vez mais dos americanos, devido à grande disponibilidade de terras férteis (área correspondente a 33 países da Europa), além dos inúmeros mananciais e um clima favorável ao plantio de variadas culturas”, detalha Amorim.
Tecnologia de Ponta
Aliado a esse contexto global, os investimentos internos vêm propiciando ainda mais lucratividade para a agricultura local de diversas regiões. Um bom exemplo disso é a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que tem adaptado inovações de primeiro mundo para o Brasil.
Desafios
Apesar da gama de elementos que beneficiam o país, ainda temos desafios pela frente. O primeiro deles está relacionado à questão da logística. “Os custos de transportes para os produtores rurais são bem altos, o que diminui nossa competitividade. No entanto, essa deficiência interna pode ser facilmente superada uma vez revertida a atual crise política.
“O mau desempenho econômico que vem afetando os países ricos pode promover o deslocamento dos investidores privados em infraestrutura para cá”, esclarece Amorim.
Para exemplificar, a China hoje tem cerca de três trilhões de dólares em suas reservas internacionais e tudo indica que parcelas crescentes destas reservas serão aplicadas na infraestrutura de países como o Brasil. Esses investimentos podem ser direcionados para a melhoria dos portos, ferrovias e rodovias. “Outro ponto que precisa ser revisto ao longo desta nova gestão do governo, após superada a atual crise fiscal, é a redução de impostos, o que, a longo prazo, favoreceria a lucratividade em todos os setores, gerando, inclusive, ainda mais mercado para o agronegócio”, finaliza o economista.