Entrevista de Ricardo Amorim sobre palestra sobre impactos da Copa do Mundo e das Olimpíadas na economia brasileira.

Marin’s International
08/2012

 
Marin´s – Como a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas afetam a economia nacional? (Antes, durante e depois).
Ricardo Amorim – Os impactos começam antes dos eventos com os investimentos em infraestrutura dos próprios eventos, transporte, telecomunicações, energia, etc. Além disso, há os investimentos em treinamento e uma série de ventos de planejamento e testes, como a própria Copa das Confederações.
Durante o evento, os setores de viagens, hotelaria, restaurantes, lojas são alguns dos mais impactados. Após a Copa, os impactos continuam devido ao efeito de visibilidade que o país alcança. Por exemplo, as exportações de todos os tipos de produtos de países que recebem a Copa do Mundo costumam crescer 25% mais que a dos demais países nos anos após a Copa.
 
Marin´s – Tendo em vista que o país vai parar durante os jogos, você acha que isto causará uma paralisia nos negócios durante a Copa?
RA – De jeito nenhum. Apenas as cidades que forem sede de jogos efetivamente devem para durante dias de jogos, mas, para o país como um todo, o impacto deve ser o inverso, como negócios mais aquecidos, até porque o fluxo de turistas internacionais deve ser o dobro do normal durante o período da Copa.
 
Marin´s – Como os profissionais de marketing devem aproveitar este momento?
RA – Devem buscar ações que valorizem suas marcas e produtos, aproveitando a visibilidade que a Copa e as Olimpíadas já estão dando e darão para o Brasil e o que é feito e acontece aqui.
 
Marin´s – Qual a expectativa para a economia nacional com a realização desses grandes eventos?
RA – A Copa do Mundo sozinha deve aumentar o crescimento do PIB brasileiro ao longo dos três próximos anos em cerca de 1,5 p.p. e gerar cerca de 250 mil empregos diretos e indiretos.
 
Marin´s – Esses eventos esportivos atraem empresas internacionais que veem no Brasil uma oportunidade de investimento. Em que isso afeta as empresas nacionais e a economia como um todo? Essa concorrência é saudável para o país?
RA – Concorrência é sempre saudável porque nos força a nos superarmos. Por exemplo, empresas brasileiras ou estrangeiras instaladas no Brasil estão sendo forçadas a aprender a se programar a longo prazo para poder aproveitar estas oportunidades, algo que não é comum no país. Por exemplo, o cadastramento junto à Fifa da rede hoteleira fechou dois anos antes da Copa. Quem ainda não se cadastrou, não vai mais poder se cadastrar.
 
Marin´s – Você considera que o Brasil tem estrutura para suportar eventos como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas?
RA – O legado dos eventos no Brasil será importante exatamente porque não tínhamos esta estrutura. Se, efetivamente, ela estará pronta para os eventos só o tempo dirá, mas o fato é que, por terem datas definidas para ocorrer, estes eventos forçaram uma aceleração o cronograma de investimentos no país em infraestrutura, o que, sem dúvida, será muito benéfico.
 
Marin´s – Gostaria de acrescentar alguma informação sobre o tema?
RA – A vinda destes grandes eventos para o Brasil reflete a crescente importância da economia brasileira no contexto mundial. Até hoje, só dois países – EUA e Alemanha – receberam, na sequência, Copa do Mundo e Olimpíadas. O fato de que o Brasil será o terceiro nesta lista reflete o potencial de oportunidades que a comunidade internacional vê no Brasil ao longo desta década.
 

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