10/2018
Por Nelson Bortolin
O momento de surfar é agora. As pessoas se sentem inseguras na hora errada. Frases como essas foram usadas na quarta-feira (3) pelo economista e apresentador do Manhattan Connection, da Globonews, Ricardo Amorim, na abertura do Lidere 2018 – encontro empresarial promovido pela Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), como apoio da FOLHA. O tema da apresentação dele foi “Por que e como a economia deve melhorar e surpreender positivamente nos próximos anos”.
Amorim lembrou que o País cresce há seis trimestres consecutivos, mas os investimentos ainda não apareceram por falta de confiança. “A sensação ruim reflete o passado e não o futuro”, disse ele, reforçando que agora é o momento de os empreendedores investirem. “É quando as coisas começam a melhorar e ninguém acredita. As pessoas deixam para apostar quando a economia está lá em cima, mas já pode ser o fim do ciclo de crescimento.”
O economista disse que este é o século dos países emergentes. “Antes, a cada três dólares, dois eram produzidos nos países ricos.” Mas, desde o início dos anos 2000, a cada três dólares, dois são produzidos nos emergentes. Para Amorim, o Brasil participava da “festa dos emergentes”, mas foi colocado para fora porque havia uma “pedra no caminho”: a ex-presidente Dilma Rousseff. Após a queda da petista, o País demorou a voltar a crescer por causa do escândalo dos irmãos Batistas – da JBS. “Tivemos um escândalo político que envolveu quase dois mil políticos”, destacou.
Amorim considera que do ponto de vista econômico as coisas estão se resolvendo. E que reforma trabalhista já surtiu efeito, tanto que a indústria tem crescido mais que os serviços. “A reforma reduziu o custo com ações trabalhistas”, justificou. Se as outras reformas forem feitas, como a tributária, o “Cristo Redentor vai virar um foguete com dois motores”, disse ele em referência a capa da revista britânica The Economist. Em 2009, o Brasil foi capa da publicação, devido ao bom momento econômico.
Segundo Amorim , a “confiança é o combustível” da economia. “Se o consumidor acredita que o futuro vai ser melhor, ele vai às compras. As empresas vendem mais e contratam mais funcionários, que ganham renda e passam a consumir mais. É um ciclo virtuoso.” E disse que, nas recessões mais acentuadas da história brasileira, os presidentes foram tirados do cargo, lembrando de Getúlio Vargas, João Goulart, Fernando Collor e Dilma.
INTERIOR
O economista disse que o interior tem crescido e vai continuar crescendo mais que as capitais. E o agronegócio vai continuar puxando a economia por mais 20 ou 30 anos. Para ele, Londrina tem muitas oportunidades, mas precisa “mergulhar de cabeça” na revolução tecnológica. “O que vai acontecer em cinco anos será maior do que aconteceu em 15 anos”, declarou.