Cenários econômicos são apresentados em palestra em BH.

 29/11/2010

Desafio de empresas e nações é equilibrar tripé da sustentabilidade

A recente crise financeira internacional, ainda em fase de superação, trouxe à tona a necessidade de nações e empresas avançarem em sustentabilidade, colocando em prática novas ações. O grande desafio é buscar maior relação de equilíbrio no tripé em que estão contidos os aspectos ambientais, sociais e econômicos, destacaram especialistas que participaram do “Fórum de Decisões 2010”, promovido pela Amcham –Belo Horizonte em 18/11.
 “As empresas devem ter a dimensão ambiental e a social em linha com a rentabilidade, a lucratividade. Hoje, não deve existir um tripé torto. É preciso que os três pontos tenham a mesma importância”, destacou Sue Wolter Vianna, gerente de Orientação e Práticas de Responsabilidade Social da Petrobras.
No âmbito global, Ricardo Amorim, presidente da Ricam Consultoria e comentarista do programa Manhattan Connection do canal GNT, analisou que os problemas sociais estão sendo resolvidos passo a passo porque, no período pós turbulência, houve alteração na dinâmica e os países que mais crescem agora não são os mais ricos, e sim os mais pobres.
“A consequência desse fato é que muitas pessoas desses países, que eram miseráveis, estão deixando de ser e o mundo está se tornando um lugar menos desigual”, disse Amorim. Por outro lado, o economista avalia que, com o consumo em ascensão, os impactos negativos ao meio ambiente têm aumentado – poluição, produção de lixo etc -, quadro que tem de ser revertido. “Se, por um lado, os desafios sociais estão se tonando menos complicados do que eram antes, os  ecológicos estão ficando ainda maiores, e as empresas devem levar isso em consideração”, afirmou. 
Posição brasileira
Também presente ao encontro da Amcham, William Waack, jornalista da Rede Globo, acredita que o Brasil está conquistando maior respeito internacionalmente em relação à sua gestão pública sustentável. “O Brasil é um país de destaque por possuir uma economia estável, o que representa não só segurança ao setor privado, mas especialmente pela importância social que isso gera”, considerou.
Conforme Waack, apesar de avanços consideráveis e aumento da sua projeção, o País ainda possui grande déficit nos três pilares da sustentabilidade que devem ser trabalhados.
No evento, o jornalista ressaltou que os novos direcionamentos das relações internacionais serão o energético e o da comunicação e que o Brasil deve ter consciência dessa realidade para aproveitar oportunidades. Segundo ele, a sociedade moderna precisa de novas fontes de energia, o que definirá como os diversos países se organizarão. Já a revolução da informação modificará a maneira de pensar.
Gestão empresarial
Para Marco Túlio Zanini, professor da Fundação Dom Cabral (FDC), as empresas estão evoluindo para novos modelos de gestão sustentáveis. “Recursos não duram para sempre, não podemos viver só na lógica do consumo sem haver uma preocupação com gerações futuras”, enfatizou.
Na visão de Anderson Sant´anna, também acadêmico da FDC, no mundo corporativo surge um padrão de competitividade diferenciado, que engloba inovação, flexibilidade e criação de valor, buscando sinergia com a sustentabilidade. “A sustentabilidade é uma grade oportunidade de negócios, de vendermos nossas políticas e práticas de gestão”, afirmou o professor.
Gonzalo Vecina Neto, superintendente do Hospital Sírio Libanês, ressaltou que, nesse cenário, a transparência tem de ser abordada de maneira estratégica. “´É fundamental conduzir as ações na organização e na sociedade de forma visível, com dados confiáveis e demonstráveis”. Stephan Weber, CEO da Anglo ferrous Brazil, compartilhou dessa ideia, destacando que as organizações devem conquistar a confiança dos stakeholders.
De acordo com o empresário Eike Batista, presidente do Grupo EBX, holding brasileira que administra negócios nos segmentos de
mineração, imobiliário, energia, fontes renováveis e entretenimento,  é papel das lideranças agir na consolicação do processo de desenvolvimento sustentável, disseminando a cultura por todas as áreas da corporação.
No Fórum, Batista anunciou que a MMX Mineração e Metálicos S/A, do grupo EBX, estuda a aquisição de novos ativos em Minas Gerais e possui planos de investir R$ 2 bilhões na ampliação da extração de minério de ferro, grande parte dele no estado mineiro. Segundo o  empresário, a meta da MMX é de ampliação da produção dos atuais 10,8 milhões de toneladas para 46 milhões em 2015.

** A reprodução deste conteúdo é permitida desde que citada a fonte Amcham.
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