11/2015
Foto: Ricardo Correa
Crises econômicas podem ser vistas apenas como momentos adversos, numa ótica pessimista, ou como oportunidades de inovar, criar ou investir em um negócio, e deslanchar sua carreira profissional. Essa segunda visão é a recomendação do economista e consultor financeiro Ricardo Amorim, que ministrou palestra em Curitiba, a convite da Unimed Curitiba.
É hora de investir na qualificação profissional?
Sem dúvida. A crise mudou o jogo de forças no mercado de trabalho. Até um ano e meio atrás, quem queria contratar não encontrava profissional: ou era muito caro, ou não tinha gente boa. Hoje isso se inverteu: falta emprego e tem muita gente para trabalhar. Então para quem não está contente com a equipe que tem, ou com a qualificação do grupo, essa é a hora de investir e tornar sua equipe melhor.
E em relação ao mercado da Saúde no Brasil?
Em 15 anos, saltamos de 30 para 50 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil. O envelhecimento da população também traz muitas oportunidades para a classe médica, principalmente em relação à geriatria e as especialidades relacionadas à terceira idade.
A tecnologia também contribui neste cenário?
Ela tem papel fundamental. Saímos de uma era de baixo custo, baixo acesso à saúde e à tecnologia para o período atual, em que a tecnologia e os custos estão altos, mas o acesso à saúde continua reduzido. As expectativas para o futuro são otimistas nesse ponto: conforme a tecnologia avança e reduz os custos, o acesso da população tende a aumentar.
Os países emergentes continuam tendo projeção na economia mundial?
O bom momento continua, sim, em especial na América Latina. A oferta de serviços e oportunidades de negócios não está mais vindo dos Estados Unidos e da Europa, e sim dos países emergentes. Além disso, o mundo nunca gerou tanta riqueza quanto agora: a renda global dos últimos 10 anos é maior que dos 150 anos anteriores, que, por sua vez, supera tudo que já foi gerado no planeta em toda a história.
E o Brasil, está perto de sair da crise?
Os fatores que desencadearam o cenário atual já estão ficando para trás. As medidas que o governo aponta para 2016 nos mostram um cenário melhor do que deste ano e dos quatro anteriores. Já os fatores que fazem a América Latina, como um todo, crescer, devem continuar. Cabe ao Brasil voltar a aproveitar este momento e fazer da crise uma oportunidade para a retomada do crescimento.