04/2014
Ricardo Amorim diz que profissional brasileiro está cada vez mais caro e mal qualificado, hotelaria sente efeitos da falta de mão de obra
O economista Ricardo Amorim fechou o ciclo de palestras do 56º Conotel na capital paulista. Em uma dinâmica apresentação, Amorim fez um panorama da economia do Brasil. Um dos pontos destacados por ele vai ao encontro de uma questão bem presente na hotelaria e que foi levantada pelo presidente da FBHA, Alexandre Sampaio, durante a abertura do evento: a mão de obra. O desemprego no Brasil caiu de 12 para 7% e Amorim afirma que não dá para cair mais 5%. Apesar da demanda, ele afirma que os profissionais brasileiros não são tão bem qualificados. Isso se evidencia, por exemplo, pelo fato do Brasil estar em 104º lugar em um ranking de qualidade de educação que envolve 148 países. “Nos últimos anos, o Brasil gerou 18 milhões de empregos. Já os Estados Unidos geraram apenas um milhão”, enumera. A Europa gerou ainda menos empregos. Hoje o Brasil recebe até imigrante ilegal. Está cada vez mais fácil atrair estrangeiros para cá. E não há uma pesquisa sobre isso, mas eu estimo que pelo menos 600 mil brasileiros que viviam no exterior voltaram para o País – eu inclusive”, diz. Outra questão chave é a produtividade. “Um americano produz o mesmo que cinco brasileiros. Além de não ser tão bem preparado, ele não conta com os mesmos equipamentos. Não conheço o caso de um país que se desenvolveu antes de desenvolver as pessoas. O Brasil tem problema de qualidade da educação e de acesso a ela. É necessário resolver isso”, afirma.