Entrevista de Ricardo Amorim sobre perspectivas para setores de serviços em 2015

01/2015

Revista SESCAP-PR

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Créditos ao Ricardo Correa
 
O ano de 2015 chegou e muitos brasileiros ainda estão receosos com o que vem por aí, principalmente quando o assunto é economia. Consumidores temendo alta nos juros e impostos e empresários retraídos. O resultado tende a ser um só: economia freada e tensão no mercado. Mas, afinal, 2015 será um ano tão difícil assim? As opiniões são divergentes. Alguns especialistas preveem impactos mais discretos para setores como o de serviços. “Acredito que este setor terá um desempenho melhor do que o restante da economia em 2015, apesar das dificuldades, principalmente no primeiro semestre”, destaca o economista Ricardo Amorim. Para ele, o ingresso de grande parte da população nas classes A, B e C registrado nos últimos 10 anos demanda mais serviços e estimula o segmento.
 
“Ao contrário da indústria, que não consegue repassar os aumentos de custos de mão de obra, aluguéis e matérias-primas por conta da concorrência internacional, o setor de serviços tem conseguido sustentar sua rentabilidade. Ninguém sai daqui para cortar o cabelo na China, mesmo que custe 1/10 do preço”, afirma.
 
A ordem é arrumar a casa
 
A deficiência da infraestrutura, o valor dos impostos, a legislação trabalhista engessada alinhada à burocracia excessiva e a baixa qualificação da mão de obra prejudicam a economia de um modo bastante amplo. Com isso, o ajuste das contas públicas torna-se inevitável, segundo o economista Ricardo Amorim. “Ele virá através de elevação de preços, corte de gastos do governo ou aumento de impostos. Provavelmente os três. Aumentos de impostos e redução de gastos do governo devem retirar dinheiro da economia em 2015, também limitando o crescimento”, avalia.
 
E, para recuperar o desempenho da economia brasileira que nos últimos quatro anos já foi a que menos cresceu na América Latina, a ordem é planejar. “Se arrumarmos a casa em 2015, retomando a confiança de empresários e consumidores, podemos retomar um ciclo de crescimento mais acelerado a partir do final do ano que vem. Isto dependerá das medidas econômicas adotadas até lã e da definição da equipe econômica do governo”, diz Amorim.
 
Levanta, sacode a poeira
 
“Para retomarmos a competitividade e sustentarmos um crescimento mais rápido, só investindo muito em qualificação de mão de obra, máquinas, equipamentos e infraestrutura”, frisa Ricardo Amorim.
 
 

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