Perspectivas para 2016 em diante

02/2016

Revista da FIEP

Por Ricardo Amorim

 
Em 2015, o PIB teve a maior contração em 25 anos, a inflação foi a mais alta em 13 anos e o resultado fiscal primário foi o pior desde o Plano Real. À crise econômica, somou-se a política.
 
Os desafios para 2016 ainda são significativos. Novos esforços para trazer a inflação à meta inflacionária e melhorar os resultados fiscais serão necessários e a economia vai se contrair mais. Por outro lado, uma parte significativa dos ajustes macroeconômicos necessários para reequilibrar a economia brasileira já ocorreu em 2015.
 
A desvalorização do Real e a contração da demanda já causaram uma forte melhora do resultado da balança comercial, que continuará em 2016. Talvez, o superávit comercial no ano será o maior da História.
 
A própria desvalorização do Real e o forte crescimento do desemprego – que reduz salários – estão tornando a produção no Brasil mais competitiva, o que gradualmente deve causar uma recuperação em setores com forte concorrência externa, exportadores e na indústria em geral. Os sinais já são claros no setor de papel e celulose.
 
O teto da meta inflacionária – de 6,5% – corre sério risco de ser estourado em 2016, o que deve levar o Banco Central a aumentar ainda mais os juros no início do ano, mas a inflação cairá ao longo de 2016 e 2017 em função do alto desemprego e da contração do crédito. Isto criará condições para que os juros baixem em 2017 e talvez já no final de 2016, fazendo com que o crédito, os investimentos, a geração de empregos e o consumo cresçam. Para isto, falta colocar as contas públicas em ordem, o que requer apoio do Congresso e o fim do impasse político.
 
Sem saber o que ainda pode vir à tona na Operação Lava-Jato, é impossível ter certeza, no entanto, se saírem ainda em 2016 as decisões definitivas sobre o pedido de impeachment da Presidente no Congresso e as ações de cassação da Presidente e do Vice-Presidente no TSE, talvez a crise política se resolva.
 
Na economia internacional, também há instabilidades que, eventualmente, podem postergar a recuperação da economia brasileira. Porém, é possível ter confiança que, uma vez iniciada, a recuperação econômica será vigorosa.
 
O desempenho econômico no triênio 2014-2016 será o pior em mais de um século. Como o gráfico deixa claro, sempre que houve uma contração do PIB trienal, ela foi seguida de um crescimento acelerado.
 
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Ricardo Amorim é apresentador do Manhattan Connection da Globonews, presidente da RICAM Consultoria, o brasileiro mais influente no LinkedIn, único brasileiro na lista dos melhores e mais importantes palestrantes mundiais do Speakers Corner e o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes.

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