Matéria sobre palestra de Ricardo Amorim sobre perspectivas para o agronegócio

09/2015

VS Comunicação

Por Jeferson Silveira, Priscila S. Silveira e Violar Sarturi

 

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Foto: Erica Dal Bello

 

Conferencista convidado do 1º. Brasil Pork Event, realizado pela Topigs Norsvin em Curitiba, na semana passada, o economista Ricardo Amorim abordou o tema “oportunidades e desafios para o agronegócio e o setor de suínos em meio aos ajustes econômicos”.
 
Ele começou desfiando críticas aos governos petistas, que especialmente nos últimos cinco anos, segundo ele, sempre surpreenderam para pior. Disse que o cenário é extremamente preocupante e vai se agravar ainda mais, embora não exista mal que sempre dure.
 
“Estamos cavando há cinco anos, e já chegamos perto do fundo do poço” disse, lembrando que o nível de confiança dos brasileiros é hoje dos mais baixos da história, a produtividade caiu, a indústria está em plena recessão, a inflação em disparada, os juros são os mais altos do mundo (Selic a 14,25%, enquanto a média mundial é de 0,4% e em ao menos quinze diferentes países os juros hoje são negativos).
 
A estes números alarmantes, somam-se os reflexos da crise moral que assola o país. Mas o resultado, em sua visão, é um caldo positivo. “Ao contrário do que temem os pessimistas, esta situação política e econômica não apenas tem solução – ela é a solução para a crise moral que vivemos. Sem uma crise de tamanhas proporções, dificilmente a sociedade brasileira se mobilizaria para mudar o país”, reflete.
 
Em sua projeção, com a retomada da confiança no País, volta dos investimentos em infraestrutura, na atividade industrial e redução gradativa da inflação, a economia deve voltar a andar no segundo semestre do ano que vem. “Já no segundo semestre poderemos ter surpresas positivas”, assegurou.
 
Especificamente em relação ao agronegócio, o economista observa que existem componentes que ajudam a amenizar os efeitos da crise. Enquanto o setor industrial, por exemplo, concorre com produtos importados que batem à nossa porta e concorrem com a produção brasileira, carnes e grãos não sofrem esta concorrência predatória.
 
A valorização do dólar foi providencial para o campo, porque ela ajudou a compensar em boa parte a queda das commodities no mercado mundial nos últimos cinco anos. “Foi, de fato, a salvação da lavoura”. Segundo ele, a curto e médio prazo, o dólar deve se manter, e com tendência de alta, sendo extremamente recomendável travar dívidas contraídas em dólar, protegendo-se de novos piques.
 
Ainda na visão do economista, o setor de alimentos tem sido menos afetado porque depende menos do que outros setores da demanda interna do país, mas precisa estar atento às mudanças de preferência do consumidor, motivadas por diferentes razões, entre elas o poder aquisitivo. A verdade, contudo, é que ninguém para de comer. E neste cenário, a carne suína tem enormes espaços a conquistar em relação aos cortes bovinos, aves e mesmo ovinos.
 
Ricardo Amorim encerrou a palestra com um pedido a quem lida no campo: “o setor é um dos menos afetados pela crise, mas é importante não se deixar impressionar pelas manchetes que podem criar um cenário muito pior do que a realidade. Não é o caso de cortar os pulsos”.
 
Quem é: de acordo com a revista americana Forbes, Ricardo Amorim é o economista mais influente do país. Ele é formado pela Universidade de São Paulo, pós-graduado em Finanças Internacionais pela ESSEC de Paris, com mais de 20 anos de presença destacada no mercado financeiro global, com passagens por Europa, EUA e Brasil.
 
Desde 2009, dirige a Ricam Consultoria, prestando assessoria econômico-financeira, de investimentos e de estratégia para clientes em todo o mundo. É um dos apresentadores do programa “Manhattan Connection”, da Rede Globo, canal GloboNews, e o único brasileiro entre os melhores e mais importantes palestrantes mundiais do site britânico Speakers Corner.

 
 

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