Matéria sobre palestra sobre tendências e oportunidades em empreendedorismo no Brasil.

Salada Corporativa
10/2012
Por Douglas Lima

Vivendo a melhor década da história

 
O Brasil vive um momento único em diversos aspectos, até mesmo na descrença de muitos. Aposto que você já inicia a leitura pensando: O Brasil é um país que não dá certo, que não tem como dar certo. Na verdade um país aonde a educação vai mal; a saúde não salva e às vezes mata até injetando silicone nas veias e possui uma das maiores tributárias mais altas do mundo, está realmente fadado a não dar certo. Foi assim que Ricardo Amorim, economista do Manhattan Connection, começou a primeira palestra do Wide Open Business 2012.
 
O país está condenado a dar certo, mas a nossa burocracia é tão evoluída que atrasa este processo. Segundo ele esse processo evolutivo é tão extenso e complicado que poderíamos apelidá-la de “burrocracia”, pois inviabiliza muitas de nossas ideias e projetos. Para agravar a situação não se pode deixar cair no esquecimento- como se fosse possível- a corrupção no Brasil. Mesmo assim, Amorim afirma categoricamente que o Brasil está condenado a crescer. Na última década o crescimento foi o dobro comparado com o período anterior.
 
A situação é tão favorável que onde já se viu um imigrante escolher o Brasil para entrar ILEGALMENTE. Hoje isso já é uma nova preocupação. Agora pare para analisas o momento: “nunca na história deste país” tantos jogadores permaneceram e tantos outros vieram jogar em terras tupiniquins.
 
Para alguns isso pode parecer “culpa” do Lula; talvez seja do Steve Jobs, mas na verdade é resultado do êxodo chinês que deslocam do campo para cidade. Foi assim que o mundo ficou de cabeça para baixo. Chegando à cidade era preciso trabalhar e ao mesmo tempo construir uma cidade que pudesse recebê-lo. Por isso a construção civil foi o espaço que mais necessitava de sua força tarefa. Em contra partida, o campo ficou com sua produção em baixa. O que não é problema para nós brasileiros que temos uma produção agrícola em alta. Então porque não uma mão começar a lavar a outra?
 
Essa fome chinesa contribui para o aumento da exportação de matéria prima. O que compramos fica mais barato e o que vendemos fica mais caro. Sem deixar de pontuar que assim cresce as oportunidades dos países emergentes disputarem áreas comerciais com os demais.
 
Favoravelmente ainda temos o bônus demográfico. O mundo tem um crescimento populacional assustador, contudo nossa pirâmide etária é favorável, diferente de outros países onde a melhor idade se torna cada dia maior e as politicas de aposentadoria já começam a serem revistas. Aqui o equilíbrio é grande. Temos uma taxa de natalidade tecnicamente igual ao número de pessoas com idade mais avançada.
 
Além dos produtos agrícolas, a indústria civil necessita de matéria prima para acompanhar o crescimento das cidades chinesas. Por isso nosso poder de exportação cresce tanto e alavanca a economia brasileira a ponto de sentirmos uma blindagem especial para a crise econômica que se aflora lá fora. Ricardo Amorim ressaltou ainda que isso não é uma coisa do agora: “O que vemos hoje não é uma projeção para o futuro e sim uma soma de passados”.
 
Assim ele reafirma constantemente que é preciso pensar diferente, começar inovando nossos pensando para que uma pequena mudança faça uma grande diferença. O que ainda é uma marolinha na china, como descreve Amorim, é um tsunami no resto do mundo.
 
Com todas as condições favoráveis o que será que esta impedindo que nosso crescimento seja maior?

Ricardo Amorim é economista, consultor, apresentador do programa Manhattan Connection da Globonews, colunista da revista IstoÉ e presidente da Ricam Consultoria (www.ricamconsultoria.com.br). Realiza palestras em todo mundo sobre perspectivas econômicas e oportunidades em diversos setores e é o único brasileiro incluído na lista do Speakers Corner dos melhores e mais importantes palestrantes mundiais.

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