Cerca de 100 mulheres participaram da iniciativa, proposta com exclusividade pelo Sebrae/PR, após a constatação do crescimento gradativo da ocupação das mulheres nas empresas, em cargos de liderança e na criação de negócios próprios
Empresárias e representantes de instituições empresariais do Paraná estiveram na última quinta-feira, dia 11, na sede do Sebrae/PR em Curitiba, para o encerramento do Programa Líder Mulher – Programa Internacional para a Formação de Lideranças Femininas. Cerca de 100 mulheres participaram da iniciativa, proposta com exclusividade pelo Sebrae/PR, após a constatação do crescimento gradativo da ocupação das mulheres nas empresas, em cargos de liderança e na criação de negócios próprios.
Na cerimônia de encerramento do Programa, que reuniu diretores e conselheiros do Sebrae/PR e representantes de entidades, e teve a palestra de Fela Moscovici, psicóloga e consultora organizacional, as participantes ressaltaram o pioneirismo do Líder Mulher e sua influência como catalisador do debate sobre a mulher à frente de processos de gestão e a representatividade feminina no cenário socioeconômico paranaense, nacional e internacional.
Para discutir a presença e postura da mulher em cargos de chefia, o Programa reuniu um time de especialistas que, de abril a novembro, ministraram palestras e workshops em encontros regionais, realizados em Curitiba, e num encontro internacional, sediado em Foz do Iguaçu. A lista de convidados conferiu um mapa variado de experiências nas áreas empresarial, econômica, social e motivacional.
Nomes como Heloisa Helena Trajano, do Grupo Magazine Luiza; Angela Tamiko Hirata, responsável pelo reposicionamento da marca Havaianas no mercado; o educador Rubem Alves; o economista Ricardo Amorim; o professor Belmiro Valverde; Silvio Meira, especialista em inovação e tecnologia, dentre outros, participaram como conferencistas do Programa.
Durante o Líder Mulher, as lideranças femininas paranaenses discutiram diversos temas, dentre os quais a economia mundial em transformação, convergência e divergências entre o desenvolvimento econômico e social, sistema político brasileiro, a dinâmica da mudança organizacional num mundo plano, o tripé liderança-poder-influência, os desafios da inserção das pequenas empresas, melhores práticas de governança corporativa, ética e condição feminina nas organizações, articulação institucional e governança corporativa.
Uma missão técnica também foi realizada, em outubro, para a Espanha e Itália, como parte das ações propostas no Líder Mulher. Em solo europeu, o grupo, que reuniu 26 participantes, conheceu diversas empresas e entidades dirigidas por mulheres; exemplos de parcerias firmadas entre a academia e a iniciativa privada, que aliam projetos de pesquisa e inovação à geração de negócios; e o tema cooperativismo, como um sistema consolidado e que gera resultados efetivos e oportunidades de alianças entre empresas europeias e o mercado brasileiro.
A gerente de Gestão de Pessoas do Sebrae/PR, Alba Silva Anastácio Soares, lembrou aos presentes na cerimônia o início do processo para a formatação de um programa exclusivo para a formação de lideranças femininas e os desafios da realização, a qual ela definiu como uma “jornada”. “Tivemos o apoio da nossa diretoria e caminhamos para entender cada uma de vocês. Nosso lema era fazer com que a liderança aflore. Hoje, quando olho pra trás, acho que conseguimos. Vocês têm a missão de não deixar o Programa morrer, uma proposta capitaneada pelo Sebrae/PR, que teve o apoio de entidades parcerias”, disse a gerente.
Para a consultora do Sebrae/PR e gestora do Líder Mulher, Rosângela Angonese, a relação entre líder e liderados mudou. “O liderado que fica esperando o líder dizer o que fazer já foi superado”, avaliou. Segundo a consultora, o balaço sobre a realização do Programa é positivo, resultado da variedade de temas importantes discutidos, que foram desde a realidade econômica, social e política até ferramentas de gestão e questões relacionadas ao comportamento.
Impressões
Para falar sobre as experiências vivenciadas durante todo o Programa, cinco mulheres, empresárias e representantes das entidades que apoiaram a iniciativa, foram chamadas ao palco. A primeira a falar foi Elizabeth Lobo, presidente da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios da Fecomércio/PR, que ressaltou os ensinamentos repassados durante os encontros. “Aprendemos que podemos liderar com encantamento”, disse a executiva. A aplicabilidade dos conceitos, o conhecimento e a oportunidade de criar uma rede de contatos foram citados como destaques por Elizabeth Lobo. “Não podemos, nem devemos, lutar por um papel melhor e, sim, por igualdade entre os gêneros. A gente deve e pode lutar pela igualdade e reconhecimento dos nossos valores”, frisou, falando sobre questões relacionadas à equiparação de salários entre homens e mulheres.
Representando as participantes da Faciap, Avani Slomp Rodrigues, que é vice-presidente do Conselho Nacional da Mulher Empresária da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), pela Região Sul, enfatizou a realização da missão técnica como uma oportunidade ímpar para prospectar negócios na Europa. “O Sebrae/PR nos deu essa oportunidade de buscar conhecimento e de ter a troca das relações interpessoais. Espero que esse grupo não pare por aqui, porque o Líder Mulher vai ficar na história e eu tenho muito orgulho de fazer parte desse primeiro grupo”, disse Avani Slomp Rodrigues, que também exerceu o cargo de presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP).
Sueli Maria Bachim dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Uraí, na região norte do Estado, falou em nome das participantes ligadas à Faep. “Só cinco mulheres no Paraná são presidentes de sindicatos rurais, cargo que sempre foi exclusivamente masculino”, contou. Sobre o Líder Mulher, a presidente ressaltou o nível técnico do Programa. “Aprendemos, participamos, ouvimos e esperamos aplicar esse conhecimento. Quero parabenizar o Sebrae/PR pela iniciativa de fazer o primeiro curso para lapidar lideranças femininas”, disse.
A consultora e presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional Paraná, Sônia Maria do Amaral Gurgel Pereira, dividiu com os presentes as impressões de participar do Líder Mulher. “O Programa foi muito bem elaborado. Tivemos excelentes palestras, que contemplaram vários temas. Eu consegui me recarregar e, como subproduto dessa experiência, eu observei muitos os palestrantes, porque eu também sou palestrante e pude tirar nota para melhoras as minhas palestras”, avaliou.
Salete de Oliveira, da Fiep, disse que o Líder Mulher foi uma oportunidade para refletir sobre o papel da mulher na liderança. “Pudemos dialogar sobre as nossas experiências e foi uma oportunidade para fortalecer nossa rede de contatos. Quero agradecer ao Sebrae/PR. Também quero agradecer à Fiep que proporcionou a participação do nosso grupo. A gente espera que esse momento aconteça outras vezes para que outras líderes possam vivenciar essa experiência”, observou.
O diretor-superintendente do Sebrae/PR destacou a participação das lideranças femininas, responsáveis, segundo ele, pela construção dos bons resultados do Programa. Allan Marcelo de Campos Costa afirmou, ainda, que a intenção do Sebrae/PR é realizar outras edições do Líder Mulher, dando continuidade à iniciativa bem-sucedida.
Às participantes do Líder Mulher, o diretor falou sobre a experiência de Ingrid Johnson, executiva do Nedbank, banco sediado na África do Sul, que, em 2004, entrou para o quadro diretivo da instituição. “Num ambiente de machos-alfa e brancos, num período pouco tempo depois do final do apartheid (política oficial de segregação racial marcante, que teve fim na década de 1990)”, contou. De acordo com o diretor-superintendente do Sebrae/PR, a executiva exerceu um papel decisivo para transformar o Nedbank no segundo banco de varejo mais lucrativo da África do Sul.
Allan Marcelo de Campos Costa falou sobre alguns aspectos da postura da executiva que a levaram a conquistar esse resultado. “Quero compartilhar alguns segredos de sucesso de Ingrid Johnson com vocês. Entre eles, a onipresença do líder. Segundo ela, o líder tem que estar presentes em todos os lugares de uma instituição e como fazer isso? Delegando pessoas a quem o líder possa confiar para levar a sua mensagem”, exemplificou o diretor-superintendente do Sebrae/PR.
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