O mercado de trabalho mudou

09/2019
Por Ricardo Amorim

 

 

No Brasil, o ambiente de negócios é desafiador. Há burocracia, impostos elevados e alto custo de financiamento. Apesar disso, em função da mais profunda crise econômica da história e de uma transformação tecnológica e comportamental significativa, o mercado de trabalho se reconfigurou. Cada vez mais gente empreende e trabalha por conta própria. Atualmente, do total de trabalhadores na força de trabalho, apenas um em cada três trabalha com carteira de trabalho. Se somarmos à força de trabalho, os 65 milhões de trabalhadores sem trabalho, apenas um em cinco trabalhadores é empregado formal. Os demais empreendem, trabalham por conta própria ou trabalham sem carteira.

 

Cada vez mais, o Brasil se assemelha a países desenvolvidos. Lá, há algum tempo, aumenta o trabalho por conta própria e o empreendedorismo, em função de novas tecnologias e mudanças na sociedade. No entanto, ao contrário de lá, aqui sobra empreendedorismo, mas falta uma legislação trabalhista que ajude a inovação a ocorrer. Mesmo com a recente Reforma Trabalhista, nossa legislação ainda precisa de muita modernização.

 

O mercado de trabalho transformou-se completamente desde que a atual legislação foi criada há quase um século. Na época, empregados eram a maioria absoluta dos trabalhadores. Hoje, são minoria. Na prática, nossa legislação trabalhista anacrônica e interpretações ainda mais anacrônicas da legislação pela Justiça do Trabalho deixam a grande maioria dos trabalhadores sem emprego ou desamparados. Com transformações tecnológicas cada vez mais aceleradas, o problema vai se agravar se não adaptarmos nossas leis. Para um mundo de inteligência artificial, robôs, transformação digital, indústria 4.0, economia compartilhada e tantas outras tecnologias revolucionárias, precisamos de uma Reforma Trabalhista 4.0.

 

Tecnologias mais eficientes aumentam a rentabilidade das empresas e a remuneração dos trabalhadores, mas só de quem participa deste movimento. Não acompanhar as transformações na tecnologia e na sociedade será mortal para negócios, para carreiras e para o próprio país.

 

Se o Brasil não se adaptar aos novos tempos, com uma legislação coerente, alijaremos os brasileiros do desenvolvimento das próximas décadas. Precisamos reduzir burocracias, aperfeiçoar a segurança jurídica, diminuir a complexidade tributária e facilitar o acesso a novos mercados, abrindo a economia brasileira. Quem poderia parar um Brasil assim?

 

Mas para que isso se torne realidade, é necessário aplicar cada vez mais a inovação na própria forma de pensarmos. A tecnologia, os modelos de negócios e o mercado de trabalho já mudaram, mas a cabeça das pessoas é uma das coisas mais difíceis de mudar.

 

Ricardo Amorimautor do bestseller Depois da Tempestade, apresentador do Manhattan Connection da Globonews, o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes, o brasileiro mais influente no LinkedInúnico brasileiro entre os melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner, ganhador do prêmio Os + Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, presidente da Ricam Consultoria e cofundador da Smartrips.co e da AAA Plataforma de Inovação.

 

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